A prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, defendeu neste domingo que gestores municipais e estaduais avaliem com critério e responsabilidade, medidas que tratam do retorno das atividades não essenciais afetadas pela pandemia do novo coronavírus. Representando a Frente Nacional de Prefeitos (FNP), entidade da qual é vice-presidente de Relações Institucionais, Cinthia concedeu entrevista ao vivo, via Skype, ao programa ‘CNN Domingo Manhã’, na CNN Brasil.
“Os municípios passam por demandas crescentes, em particular a preocupação com a chegada das vacinas, mas ainda com um desajuste muito grande na programação do Plano Nacional de Imunização (PNI), o que nos faz repensar com muito critério, com muito cuidado, essa retomada, ou a flexibilização, o retorno das atividades consideradas não essenciais”, avaliou a prefeita de Palmas.
Cinthia também falou da preocupação da FNP com as desigualdades regionais no enfrentamento da Covid-19, e comentou sobre a falta de coordenação por parte do governo federal. “É claro que há diferentes proporções em todos os serviços que são oferecidos, e mais do que isso, a realidade dos diversos municípios brasileiros. Mas a falta de conexão entre o governo central, ou seja, os municípios e estados estão ainda numa orfandade no que diz respeito à construção dessas medidas sanitárias em conjunto com as medidas de isolamento, e ainda dependentes de um plano de imunização que não é eficiente.”
Para a vice-presidente da FNP, os números avassaladores da pandemia em 2021, quando apenas no primeiro quadrimestre ocorreram mais óbitos por Covid-19 do que em todo o ano de 2020, levam os gestores locais a repensarem, de forma responsável, as medidas de enfrentamento da pandemia. “Nós vamos ter todo o tempo para reconstruir as várias políticas públicas, mas em primeiro lugar vêm as vidas dos cidadãos, as vidas das pessoas para as quais a gente trabalha.”
Questionada sobre a falta de antecipação na tomada de decisões que afetaa as atividades econômicas, Cinthia Ribeiro concordou que o ideal seria os municípios poderem programar as medidas de restrição ou flexibilização, mas que a falta de um comando central faz com que as decisões sejam tomadas de acordo com a taxa de ocupação de leitos hospitalares.
Na opinião da prefeita, o mesmo problema é identificado no plano de imunização. “Os municípios trabalham com os diversos planos de imunização. Mas agora, diante de toda a proporção que estamos vivendo, e a falta de critério para essa distribuição (de vacinas) levou a FNP a constituir um consórcio, o maior consórcio público brasileiro, para aquisição de insumos, medicamentos e vacinas”, destacou, lembrando que na última semana, o Conectar esteve em audiência com a Embaixada da China no Brasil para viabilizar a aquisição de vacinas contra a Covid-19.
“Para o gestor é muito triste ver o funcionamento da cidade comprometido, mas mais triste ainda é a perda daquelas vidas, que não são meramente estatísticas. E aqui fica a solidariedade da FNP a todas as famílias das vítimas”, disse Cinthia Ribeiro, finalizando com o reconhecimento do valor do Sistema Único de Saúde (SUS) no enfrentamento da pandemia. “Vale pontuar que o SUS realmente funciona, e foi justamente nessa crise que ele foi mais provado. Nosso reforço enquanto gestores públicos é acreditar nas instituições e reforçá-las. E principalmente reforçar as pessoas que estão na linha de frente de comando, os governadores, os prefeitos; eles nunca sentiram tanta necessidade de ter esse apoio das pessoas e delas entenderem que nós estamos aqui para fazer a defesa das vidas de cada uma delas.”
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Autor: Redação Secom